Shunt extra-hepático: Relato de caso
Monografia apresentada na Pós-Graduação em Clínica Médica de Pequenos Animais
O shunt portossistêmico ou desvio portossistêmico (DPS) são comunicações vasculares únicas ou múltiplas entre a circulação sistêmica e a circulação portal, que permite que o sangue portal chegue ao sistema circulatório sem antes passar pela metabolização hepática. Podem ser adquiridos ou congênitos e também podem ser classificados como intra-hepático localizado dentro do fígado, ou extra-hepático, localizado fora do parênquima hepático. A forma adquirida normalmente está associada com distúrbios intra-hepáticos. Eles normalmente sugerem vasos tortuosos que se comunicam com a veia cava caudal na região do rim esquerdo. A forma congênita está associada à genética e uma das linhagens mais acometidas é a raça maltês.Os cães miniaturas são mais comumente acometidos por essa afecção. O presente relato de caso descreve o diagnóstico e tratamento de um cão maltês de nove meses de idade com Shunt portossistêmico extra-hepático diagnosticado por tomografia computadorizada. O paciente apresentava êmese com evolução de seis meses e após ingerir uma dieta hiperproteica apresentou sinais de encefalopatia hepática. Exames complementares constataram: ácidos biliares efosfatase alcalina (FA) aumentadas e hipoalbuminemia. A ultra-sonografia revelou apenas a presença de microhepatia. Na tomografia computadorizada visualizou-se uma estrutura vascular anômala de grande calibre em topografia epigástrica central, adjacente à menor curvatura do estômago, identificando o vaso anômalo. O animal foi submetido ao tratamento cirúrgico para colocação do anel ameroide.