Alterações Hematológicas Decorrentes da Infecção pelo Vírus da Leucemia Felina
Monografia apresentada na Pós Graduação Veterinária em Clínica Médica de Felinos
O vírus da leucemia felina (FeLV) foi descoberto há mais de 50 anos e desde então é considerado um patógeno importante para os gatos. O FeLV é um retrovírus altamente contagioso, transmitido pela saliva de gatos portadores, e é responsável por uma gama de síndromes clínicas.
Anemia, linfoma e imunossupressão são as alterações mais comumente atribuídas ao FeLV, porém várias outras alterações hematológicas podem ser observadas, as quais ocorrem por diversos mecanismo e portanto sua compreensão é importante para o melhor desfecho clínico dos pacientes.
Desta forma, esta breve revisão de literatura sobre o vírus da leucemia felina objetivou abordar a patogenia e tratamento das alterações hematológicas observadas em gatos infectados com este vírus.
Basicamente, a infecção por FeLV produz citopenias por diversos mecanismos.
Dentre as citopenias, a anemia é a mais comum e ocorre por efeito direto do vírus sobre os precursores das hemácias, por hemólise imunomediada, por supressão da medula óssea ou por imunossupressão que favorece a patogenicidade de outros micro-organismos, como os micoplasmas hemotrópicos. Linfopenia, neutropenia e trombocitopenia também podem ocorrer de forma isolada ou em conjunto na síndrome da pancitopenia por FeLV.
As neoplasias hematopoiéticas, doenças mieloproliferativas, incluindo as leucemias, podem causar síndromes de supressão da medula óssea e possuem um prognóstico ruim por não haver um tratamento antineoplásico eficiente.
O diagnóstico a infecção por FeLV deve ser obtido por teste de ELISA para a identificação do antígeno víral e pode ser confirmado pela PCR.
Não há tratamento antiviral disponível para este retrovírus, porém o tratamento de suporte quando instituído da forma adequada aumenta a probabilidade de recuperação dos gatos sintomáticos.